02 JUL 2024
Resíduos sólidos urbanos: todos ganham com a destinação correta
Acompanhei o lançamento de rotas tecnológicas otimizadas para o tratamento dos resíduos sólidos urbanos (RSU,) gerados na região da Grande Florianópolis. A Associação dos Municípios da Região da Grande Florianópolis (Granfpolis), o Consórcio Multifinalitário (CIM-Granfpolis), em parceria com o projeto GEF Biogás Brasil, apresentaram os estudos e conclusões para autoridades e técnicos.
O projeto GEF Biogás Brasil é liderado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), implementado pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e conta com o CIBiogás como principal entidade executora.

Entre coleta, transporte e destinação final dos resíduos sólidos urbanos, os 22 municípios da Grande Florianópolis gastam 1 bilhão de reais por ano. Considerando que em 5 anos o valor chega a 5 bilhões, seria possível garantir a destinação correta, por meio de tecnologias avançadas, com ganhos importantes ao meio ambiente e a economia da região. Atualmente são produzidas e recolhidas 1.416 toneladas de resíduos por dia.
Os representantes da UNIDO e do projeto Biogás Brasil explicaram que as rotas tecnológicas foram avaliadas por meio de critérios técnicos, econômicos, ambientais e sociais. A análise foi realizada por meio de ferramenta digital inovadora desenvolvida e lançada por meio dessa parceria. O processamento dos dados da região resultou em rotas tecnológicas e recomendações especializadas para que todos os municípios contem com informações qualificadas e atualizadas para a implementação de uma gestão de RSU mais sustentável e eficiente.
Entre as milhares de estimativas possíveis para os 22 municípios, a equipe técnica do projeto destacou as três melhores combinações indicadas pela ferramenta. Dessas combinações, foram agregados arranjos centralizados e descentralizados para o transporte e tratamento dos resíduos da região.
Os estudos vêm sendo realizados há 2 anos, com levantamento de informações em todos os municípios da região, sobre sistemas de coleta, destinação dos resíduos e os custos envolvidos nos processos, tanto do serviço de coleta, como do serviço de transporte até o transbordo, no caso dos pequenos municípios, ou do transbordo em diante, no caso de Florianópolis, por exemplo.
As soluções
Três soluções estão sendo apontadas: incineração, que é a mais cara de todas, e estaria descartada. Outra, refere-se aos sistemas de coleta, compostagem, geração de biogás e transformação do biogás em energia. E a parte do resíduo orgânico é transformada em adubo orgânico.A terceira solução diz respeito ao biogás transformado em CDR - combustível derivado do resíduo, que serve para queima em altos fornos.
Conheça estas soluções com mais detalhes em: https://www.gefbiogas.org.br/uploads/3/9/7/3/39735692/resultados_granfpolis_junho_2024-3.pdf
Apoio da iniciativa privada
As soluções também foram apresentadas à Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), no dia 27, em reunião da Câmara de Meio Ambiente. O objetivo foi estimular o empresariado a pensar em investimentos nesta área de resíduos, o que não é ainda uma tradição.
