Explorar o turismo, não o turista: os altos preços no litoral catarinense

A chegada do verão no litoral de Santa Catarina é sempre um momento de expectativa, tanto para os turistas que buscam suas praias paradisíacas quanto para os empresários que dependem dessa movimentação. No entanto, os altos preços praticados na temporada têm gerado críticas e podem comprometer a imagem do estado como destino acolhedor.

Não é raro ouvir relatos de práticas abusivas, como o aluguel de uma simples cadeira de praia por R$ 40. Situações como essa criam a sensação de que o turista está sendo explorado, em vez de bem recebido. Esse tipo de abordagem, em que o lucro imediato prevalece sobre a construção de uma experiência positiva, tende a afastar visitantes e prejudicar a sustentabilidade do turismo no longo prazo.

A fiscalização é importante em relação aos preços praticados e, ainda, quanto a qualidade do que é comercializado, principalmente por ambulantes não credenciados.

Por outro lado, iniciativas como a do prefeito de Florianópolis, que determinou que todos os restaurantes localizados em praias da cidade incluam o "prato manezinho" por R$ 35, são exemplos de como é possível criar um equilíbrio entre acessibilidade e qualidade. O prato, com ingredientes típicos da culinária local, valoriza a cultura da região ao mesmo tempo que oferece uma opção justa e democrática aos turistas. Essa medida não apenas atrai visitantes como também fortalece a identidade cultural da capital catarinense.

O turismo é um dos pilares da economia de Santa Catarina, mas sua exploração deve ser responsável e sustentável. Prefeituras, empresários e associações precisam entender que fidelizar o turista é mais vantajoso do que lucrar de forma predatória. O foco deve estar em oferecer serviços de qualidade a preços justos, garantindo que os visitantes sintam-se valorizados e queiram voltar.

Os turistas não param de chegar,  nossas praias estão lotadas e nossa mobilidade dificulta o ir e vir de visitantes e moradores. As práticas abusivas, como preços exorbitantes para serviços básicos, podem gerar lucro imediato, mas comprometem a reputação e a atratividade do destino. Santa Catarina tem um patrimônio natural e cultural incomparável. Explorar o turismo, e não o turista, é o caminho para garantir que o estado continue sendo um dos destinos mais amados do Brasil.

*Foto da internet