Crônica – Ageless: dos ideais aos desafios

Embora não seja tão recente assim, não faz muito tempo que conheci o termo ageless - sem idade - cujo conceito tem ganhado cada vez mais aceitação na sociedade. O ageless é uma filosofia de vida que transcende as fronteiras da moda e se estende para várias áreas da vida. Viver uma vida ageless é adotar uma mentalidade de aceitação, autenticidade e celebração das diferentes fases da vida.

Como mulher em fase de tantos questionamentos de vida que vão desde o que é ou poderia ter sido, o que é e como deverá ser, até o que fazer agora para melhorar já, até porque o depois sabe-se lá, entre outros, vi no conceito uma possibilidade.

O interesse e a curiosidade típica de uma jornalista me levou imediatamente às pesquisas. Verifiquei que o ageless ganha espaço à medida que as pessoas buscam quebrar estereótipos de idade e promover uma cultura mais inclusiva e diversificada. Nossa! É assim que quero viver e envelhecer. Mais inclusiva, autêntica, com auto aceitação, mais saudável, resiliente, sustentável, versátil, com inovação, desafiando normas tradicionais de moda e beleza que por toda a vida me tornaram o que sou, mas será que é o que sou verdadeiramente?

A pesquisa seguiu e aí, claro, encontrei os desafios, afinal, nada pode ser tão fácil, ou nós que tornamos difícil e sim, pode? Sei lá. Uma coisa é certa: é preciso superar obstáculos para alcançar uma aceitação mais ampla. Pensei em alguns como a própria cultura do envelhecimento. A sociedade tende a valorizar somente a juventude e associa a idade avançada ao declínio e a irrelevância. Também a mídia e a indústria da moda, que ditam os padrões de beleza, e as atitudes individuais para a aceitação como preconceito e a falta de educação.

Para ser uma ageless ou sem idade é preciso permear todos os aspectos da vida, promovendo uma abordagem holística e positiva em relação ao envelhecimento e à expressão pessoal.

OK! Vou adotar, pensei, empolgada. Minha primeira experiência foi comentar com uma colega que estava pensando em aproveitar que os cabelos cresceram e, já que os brancos apareceram, assumi-los. Ela prontamente me disse: “Acho que deves fazer o que sempre fazes. Eles são lindos. E agora? Será? Não quero ficar feia, apenas livre. Continuarei pensando e pesquisando, pelo menos por enquanto.