22 ABR 2024
Crônica – Diante da finitude da vida o maior desafio de cuidar de pais idosos é manter a própria sanidade
Quem como eu está vivendo a inversão de papéis tendo que cuidar de seus pais - no meu caso da mãe - sabe o quanto é desafiador emocional, financeira e fisicamente. Quem está nesta situação tenta o tempo todo equilibrar as próprias responsabilidades familiares, profissionais e pessoais com os cuidados ou atenção aos pais idosos.
De todos os desafios que se apresentam o emocional tem sido para mim o mais intenso. É preciso destacar que, dependendo do perfil do idoso que necessita de cuidados, podem ocorrer mudanças mais significativas no nosso comportamento perante a vida. Afinal, passamos a ser confrontados com a finitude da vida de uma maneira mais direta e intensa o que nos provoca profundas reflexões sobre o significado da vida, porque vivemos e temos que morrer e sobre nossas prioridades pessoas.
Considero positiva a reavaliação que hoje faço sobre as minhas próprias escolhas e valores. Momentos presentes, relacionamentos e experiências significativas têm mais peso.. Porém, me sinto impelida a aproveitar ao máximo o tempo que tenho e na busca por um equilíbrio entre trabalho, família e lazer. Será que conseguirei aprender isso agora?
No entanto, também é importante reconhecer que o cuidado e/ou a responsabilidade com os pais idosos gera estresse e sobrecarga emocional; Experiências nos geram sentimentos de ansiedade, tristeza, culpa e até mesmo ressentimentos.
Não quero envelhecer aceleradamente. Sei que é preciso manter o interesse pela vida mesmo diante desta consciência em relação a finitude. Com este objetivo tenho adotado algumas práticas e atitudes em busca do bem-estar físico, mental e emocional. É difícil mas, necessário. Aceito sugestões.