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MARIA HELENA

11 DEZ 2024

FIESC alerta: Cenário fiscal vai pressionar juros e impactar crescimento em 2025

O equilíbrio fiscal continua sendo a principal preocupação do setor industrial para 2025. Isso porque o pacote de cortes de gastos recentemente anunciado pelo governo federal não é suficiente para equilibrar as contas públicas, o que deve pressionar a taxa básica de juros. Após um ano de crescimento impulsionado pela queda da Selic até maio de 2024, a indústria de Santa Catarina enfrenta um cenário menos favorável para o próximo ano. A análise foi apresentada em coletiva de imprensa presencial e online por Mario Cezar de Aguiar, presidente da Federação das Indústrias de SC (FIESC), durante o balanço econômico da entidade, realizado nesta terça-feira (10).

Em 2025, a indústria catarinense começará a sentir os efeitos do ciclo de alta da Selic, o que terá impactos negativos nos setores que dependem de crédito, justamente aqueles que contribuíram para o desempenho positivo da indústria local. A expectativa é que o aumento dos juros também afete o consumo, numa tentativa de controlar a inflação. "Embora seja diversificada, a indústria de SC deve apresentar um desempenho menos robusto em 2025, em função da retração do crédito e do consumo", explica Aguiar.

O cenário externo também se apresenta desafiador para 2025, com a intensificação dos conflitos no Oriente Médio e a situação na Ucrânia ainda afetando o ambiente geopolítico. Além disso, o comércio internacional enfrenta dificuldades devido às políticas protecionistas de China e Estados Unidos. "Santa Catarina pode até se beneficiar, mas ainda é cedo para determinar quais serão as oportunidades efetivas para as indústrias do estado", avalia o presidente da FIESC.

Escassez de mão de obra e Bolsa Família

A escassez de trabalhadores qualificados é outra preocupação da indústria para o próximo ano em Santa Catarina, que vive uma situação de pleno emprego. Segundo dados do IBGE, até outubro, o estoque de empregos da indústria no estado cresceu 6,5%, e a taxa de desocupação é uma das mais baixas do país, de apenas 2,8% no terceiro trimestre.

A dificuldade de preencher vagas e atrair jovens para o setor industrial continua sendo um dos principais obstáculos para o crescimento. Este cenário, que também é observado em nível nacional, exige aprimoramentos no programa Bolsa Família, que já afeta o mercado de trabalho. "Embora o programa seja uma importante iniciativa no combate à pobreza, ele precisa ser aperfeiçoado, pois desestimula a busca por emprego e fomenta a informalidade. Vivemos um paradoxo: enquanto 20 milhões de famílias brasileiras recebem o benefício, as empresas enfrentam dificuldades para contratar", destaca Aguiar.

Em busca de soluções, a FIESC enviou à bancada federal catarinense uma proposta de mudanças no programa. A ideia é criar um modelo que incentive o trabalho, ajude os beneficiários a desenvolver habilidades, aumentar a renda e, assim, sair da pobreza de forma sustentável. Essa abordagem também ajudaria a reduzir os custos do programa, liberando recursos para aumentar a produtividade da economia. "O sucesso do programa deve ser medido pela rapidez com que os beneficiários se tornam independentes, e não pelo aumento no número de atendidos. O trabalho e o estudo são fundamentais para o sucesso das pessoas, das empresas e dos países", resume Aguiar.

De acordo com um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), para atender à demanda da indústria catarinense nos próximos três anos, será necessário qualificar 953,4 mil trabalhadores. Desses, 151,1 mil precisarão de uma nova formação para suprir a criação de novos empregos e a reposição dos trabalhadores que deixarão o mercado formal. Outros 802,3 mil precisarão de treinamento para atualizar suas competências e atender às novas demandas do setor.

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